Após a vitória do Benfica por 3-1 contra o beira-mar, Jorge Jesus abandonou a flash interview da TVI, protagonizada pelo jornalista Hugo Cadete.
As opiniões sobre o incidente divergem. Por um lado, o treinador benfiquista é tido como rude e com falta de saber no que toca a lidar com os jornalistas. Por outro, o alvo de ataque é o jornalista da TVI por ter feito questões não apropriadas ao momento.
Jorge Jesus recusa-se a responder às perguntas fora do âmbito do jogo e com um “tchau!” retira-se do local da entrevista. Hugo Cadete riposta que é ele quem decide as perguntas e, quando o treinador vai embora, refere, ainda, que Jesus está habituado a ser entrevistado pelo canal Benfica Tv. As deduções da citação ficam para cada um dos telespectadores, para Jesus, e quiçá, para o próprio canal televisivo.
Opiniões à parte, a verdade é que segundo o ponto 18, do artigo 26, do Regulamento de Competições, Jorge Jesus poderá ter justificada a sua atitude. “No final de cada jogo em directo, será realizada uma entrevista (Flash Interview), de carácter obrigatório… e deverá respeitar os seguintes termos: … apenas deverá versar sobre as ocorrências do jogo que se acabou de disputar;”
Ora, por muito indelicado que o treinador possa ter sido na abordagem final da flash interview (que foi) não deveria ter sido, por princípio, submetido às questões que não estavam relacionadas com as ocorrências do jogo.
Sim, um jornalista deve ser pertinente nas suas abordagens e as questões de Hugo Cadete não estavam, de todo, deslocadas do panorama actual mediatizado do Benfica. No entanto, um jornalista deve ter sempre em conta o que lhe precede, o que deve seguir e respeitar, neste caso o Regulamento de Competições.
Mesmo tendo sido perguntado o que todo o adepto e não simpatizante do clube desejavam saber, o jornalista acabou por ir contra um estatuto superior ao interesse e conveniência das suas questões.