Em Março de 2009, a caminho de Yaounde (Camarões), o Papa Bento XVI elucidou os jornalistas, e o mundo, para o facto de a utilização do preservativo agravar o problema da sida. Declaração bastante pertinente para a sua primeira visita a África, onde, por acaso, Suazilândia, Botswana a África do Sul são os países do mundo mais afectados pela doença.
Portanto, no momento de uma relação sexual, ambas as partes ao invés de estarem alertadas para a existência e propagação massiva de doenças sexualmente transmissíveis, fatais, como a sida, e terem a consciência que o uso do preservativo poderá preveni-las e aos seus companheiros posteriores, deverão antes ter um “despertar espiritual e humano”, seja lá o que isso for.
Um ano e oito meses após estas declarações, o pontífice admite a utilização do preservativo “para reduzir em certos casos os riscos de contaminação”, reflectindo na direcção para uma sexualidade “mais humana”. O Papa dá como exemplo o caso de um prostituto, onde “a utilização do contraceptivo possa ser um primeiro passo para a moralização”.
Foi um grande passo vindo da Igreja Católica e do seu máximo representante que influencia milhões de pessoas que seguem a religião. Um avanço para o verdadeiro “despertar espiritual e humano” das doenças venéreas que causam um número astronómico de mortes e contágios múltiplos todos os anos.
Bento XVI explicou que centrar-se no preservativo "quer dizer banalizar a sexualidade, e esta banalização representa precisamente o motivo perigoso por que tantas pessoas já não vêem na sexualidade a expressão do seu amor”. O Papa tem algum teor naquilo que diz, no entanto, no século em que vivemos é crucial toda a população estar informada e capaz de proteger-se dos males que poderão ser evitados.
Como Anselmo Borges, do Diário de Notícias, referiu na sua coluna de opinião, “não se pode deixar de saudar este pronunciamento histórico, que só peca por tardio”.
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