domingo, 26 de dezembro de 2010

Portugal dos pobrezinhos

“Sócrates é primeiro-ministro de um País onde várias escolas ficam abertas durante as férias de Natal para que os alunos possam comer pelo menos uma refeição quente por dia”. Este é o foco do editorial da revista Sábado da semana natalícia.

Várias escolas do Porto, de Gaia, de Matosinhos, de Sintra, de Almada, de Sesimbra, de Setúbal, de Olhão e de Loulé tomaram a iniciativa durante as férias de Natal para os alunos cujos pais não têm dinheiro para lhes proporcionar uma alimentação cuidada.

O Partido Socialista em tudo contradiz o preâmbulo da Constituição que propõe o “caminho para a sociedade socialista”. Como a direcção da Sábado traduz “Perdido para sempre o “socialismo” nas suas opções políticas, o PS refugia-se na retórica”.

Sobre a questão da pobreza, Cavaco Silva diz que os portugueses se deviam sentir envergonhados por existirem pessoas a passar fome. José Sócrates responde: “O que me indigna é haver tantas vezes políticos que não resistem à exploração mais descarada da pobreza.”
O melhor mesmo deve ser cruzarmos os braços perante a precariedade cada vez maior do nosso país, tendo em conta que debater sobre a miséria é uma “exploração descarada”. Curioso que na carta de princípios do Partido Socialista esteja definido que o partido se mantém “atento às contribuições e aos desafios de outras famílias políticas de orientação reformista, dirigindo-se a todos os cidadãos e dialogando criticamente com as restantes forças democráticas”.

No entanto, ao que parece, o líder do PS prefere a ajuda a um compatriota “de forma discreta, porque não precisa de nenhum louvou público”. Não fossem as decisões políticas do primeiro-ministro a justa causa da economia portuguesa se ter transformado numa “instituição de caridade”.

Um dos princípios básicos da declaração do PS é que “As políticas para a promoção do trabalho, do emprego e do bem-estar, a protecção social, a redução de desigualdades e a justa repartição de rendimentos, constituem orientações essenciais para o Estado democrático, tal como o PS o concebe”

Mesmo assim, as políticas aplicadas por esse mesmo partido estão aquém destas palavras. O Socialismo português defende e institui a diminuição do apoio aos desempregados, a flexibilização dos despedimentos, o encerramento de centros de saúde, o aumento da idade de reforma, a antecipação de dividendos das grandes empresas e o aumento dos impostos.

Como sublinha a Sábado, “o Partido Socialista apoia um Governo…que, a pouco e pouco, desmantela o Estado Social”.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Jorge Jesus vs Hugo Cadete

Após a vitória do Benfica por 3-1 contra o beira-mar, Jorge Jesus abandonou a flash interview da TVI, protagonizada pelo jornalista Hugo Cadete.

As opiniões sobre o incidente divergem. Por um lado, o treinador benfiquista é tido como rude e com falta de saber no que toca a lidar com os jornalistas. Por outro, o alvo de ataque é o jornalista da TVI por ter feito questões não apropriadas ao momento.

Jorge Jesus recusa-se a responder às perguntas fora do âmbito do jogo e com um “tchau!” retira-se do local da entrevista. Hugo Cadete riposta que é ele quem decide as perguntas e, quando o treinador vai embora, refere, ainda, que Jesus está habituado a ser entrevistado pelo canal Benfica Tv. As deduções da citação ficam para cada um dos telespectadores, para Jesus, e quiçá, para o próprio canal televisivo.

Opiniões à parte, a verdade é que segundo o ponto 18, do artigo 26, do Regulamento de Competições, Jorge Jesus poderá ter justificada a sua atitude. “No final de cada jogo em directo, será realizada uma entrevista (Flash Interview), de carácter obrigatório… e deverá respeitar os seguintes termos: … apenas deverá versar sobre as ocorrências do jogo que se acabou de disputar;”

Ora, por muito indelicado que o treinador possa ter sido na abordagem final da flash interview (que foi) não deveria ter sido, por princípio, submetido às questões que não estavam relacionadas com as ocorrências do jogo.

Sim, um jornalista deve ser pertinente nas suas abordagens e as questões de Hugo Cadete não estavam, de todo, deslocadas do panorama actual mediatizado do Benfica. No entanto, um jornalista deve ter sempre em conta o que lhe precede, o que deve seguir e respeitar, neste caso o Regulamento de Competições.

Mesmo tendo sido perguntado o que todo o adepto e não simpatizante do clube desejavam saber, o jornalista acabou por ir contra um estatuto superior ao interesse e conveniência das suas questões.


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Do agravamento à admissão do preservativo

Em Março de 2009, a caminho de Yaounde (Camarões), o Papa Bento XVI elucidou os jornalistas, e o mundo, para o facto de a utilização do preservativo agravar o problema da sida. Declaração bastante pertinente para a sua primeira visita a África, onde, por acaso, Suazilândia, Botswana a África do Sul são os países do mundo mais afectados pela doença.

Portanto, no momento de uma relação sexual, ambas as partes ao invés de estarem alertadas para a existência e propagação massiva de doenças sexualmente transmissíveis, fatais, como a sida, e terem a consciência que o uso do preservativo poderá preveni-las e aos seus companheiros posteriores, deverão antes ter um “despertar espiritual e humano”, seja lá o que isso for.

Um ano e oito meses após estas declarações, o pontífice admite a utilização do preservativo “para reduzir em certos casos os riscos de contaminação”, reflectindo na direcção para uma sexualidade “mais humana”. O Papa dá como exemplo o caso de um prostituto, onde “a utilização do contraceptivo possa ser um primeiro passo para a moralização”.

Foi um grande passo vindo da Igreja Católica e do seu máximo representante que influencia milhões de pessoas que seguem a religião. Um avanço para o verdadeiro “despertar espiritual e humano” das doenças venéreas que causam um número astronómico de mortes e contágios múltiplos todos os anos.

Bento XVI explicou que centrar-se no preservativo "quer dizer banalizar a sexualidade, e esta banalização representa precisamente o motivo perigoso por que tantas pessoas já não vêem na sexualidade a expressão do seu amor”. O Papa tem algum teor naquilo que diz, no entanto, no século em que vivemos é crucial toda a população estar informada e capaz de proteger-se dos males que poderão ser evitados.
Como Anselmo Borges, do Diário de Notícias, referiu na sua coluna de opinião, “não se pode deixar de saudar este pronunciamento histórico, que só peca por tardio”.

domingo, 7 de novembro de 2010

A (Des)honestidade do Governo Português




Sigo o cliché "uma imagem vale mais do que mil palavras", até porque o 1.º Ministro, José Sócrates, esclarece toda a "coerência", "credibilidade" e "verdade" do seu governo.

sábado, 23 de outubro de 2010

“Acha que dá para tudo? Não dá.”

Com o agravamento da crise vieram as medidas de austeridade. Medidas que instalaram o temor nas classes mais baixas e a fome na Assembleia da República. “Se abrissem a cantina da Assembleia da República à noite eu ia lá jantar. Eu e muitos outros deputados da província. Quase não temos dinheiro para comer”, protesta o deputado do PS Ricardo Gonçalves.
A situação que o nosso país chegou é, de facto, um ultraje. O topo da pirâmide da decadência. Em que país, mesmo até não sendo muito desenvolvido, é que um politico não possui dinheiro para se alimentar?! Como é que os partidos irão continuar a zelar pelo nosso país e pela nossa segurança e bem-estar com apenas 60€ diários? De que modo é que Ricardo Gonçalves poderá usufruir de um caviar e uma taça de Moet & Chandon como lhe convém?

Qualquer dia estão os políticos e as suas famílias na fila para a sopa dos pobres ou a pedir uma esmola no Chiado. É como Ricardo Gonçalves questiona: “Acha que dá para tudo? Não dá.” Pois claro que não.

Um habitante português que trabalhe a ordenado mínimo em 4 meses não consegue atingir o salário mensal do deputado do PS. Mas é preciso ter em atenção que os 3624,41 euros ilíquidos por mês que recebe não chegam para se alimentar. Pobres deputados…”são de longe os mais atingidos na carteira”.

Propunha uma petição nacional contra a descida dos salários dos deputados. É sempre mais sensato descontar nos que, ao invés de gozarem de 60€ diários, se desenrascam com três ou quatro euros. É que as refeições diárias económicas não são para qualquer um. E passar fome por dias ainda menos.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

PSP começa a lavar as viaturas com a água da chuva

O Instituto de Meteorologia Português prevê períodos de aguaceiros moderados a fortes durante os próximos cinco dias na maior parte dos distritos do país. Haja algumas almas caridosas que passem pela esquadra da PSP mais próxima de suas casa para avisar os pobres agentes que podem preparar o balde, a esponja e o detergente. É que agora os agentes não podem assistir televisão senão para ver as notícias, então é provável que não estejam a par das previsões meteorológicas.

Viaturas limpas, aguardam-se! E um obrigada ao S. Pedro que está quase sempre disponível para ajudar os mais necessitados, os que padecem de sede e os que não têm água para lavarem os carros.

O plano de austeridade já chegou às esquadras portuguesas. Agora, os agentes da PSP vêm-se privados de utilizar o correio postal e estão alertados para a redução máxima do telefone. Sim, porque as comunicações numa esquadra policial são algo dispensário.

Com estas medidas, espera-se a descida em 10% nas facturas da água e da luz, em 20% em papel e telefone e controlar a quantidade de combustível utilizada nos carros de patrulha.