A jornalista Marta Cerqueira, do Jornal I, publicou um artigo interessante sobre a possibilidade de os jovens que ingressam no mercado trabalho conseguirem arranjar emprego após realizarem um estágio profissional ou curricular.
Um estudo das intenções de mercado de trabalho, realizado pela MRINetwork, revelou que 22% das empresas portuguesas querem aumentar o seu número de estagiários. Este relatório inclui entrevistas a 131 administradores, directores-gerais ou directores de recursos humanos de empresas portuguesas e demonstra, ainda, que enquanto, em 2009, 45% das empresas inquiridas não abriam vagas para estágios, a percentagem desceu para 31% em relação ao ano passado.
Resumindo, Portugal caminha para a aposta de contracção de estagiários, em vez das reais e tão aguardadas contratações efectivas pelos jovens.
Este panorama é óptimo para as empresas, pois possibilita-lhes redução de custos na utilização de mão-de-obra económica e acessível.
Os recém-licenciados tornam-se, portanto “descartáveis”. Seis meses no Jornal X, oito parados e, com sorte, mais uma temporada numa empresa qualquer.
Já para não falar na remuneração que ou é nula ou mínima. Ora, tudo a postos para um jovem trabalhador iniciar e sustentar-se na sua vida adulta.
Claro está, que existe sempre a possibilidade de uma contratação após o tempo de estágio. Mas sejamos realistas. Com a situação actual do país, a fraca aposta nos meios de comunicação e a facilidade de transição de estagiários, qual será a verdadeira probabilidade de um recém-licenciado obter um emprego fixo?
Talvez algum entrave na constante mudança de estagiários não seria mal pensado para a tentativa de redução da taxa de desemprego, que se encontra em estado assustador.
Se uma empresa necessita realmente de mais activos porque não, simplesmente, contratá-los?
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